A Intrusa
Oii pessoal!! Hoje trago mais uma resenha super especial e que ainda por cima é de um livro que faz parte de um dos meus estilos de livros favoritos: os romances de época. Vamos conferir?
[Resenha] A intrusa - Júlia Lopes, Editora Pedrazul.
"Um clássico nacional à moda europeia! A história de uma jovem governanta chamada Alice Galba."
De início preciso falar da autora, Julia Lopes de Almeida, escritora e abolicionista brasileira. Julia viveu em uma época em que a literatura não era vista como uma atividade própria para mulheres, por isso, por muito tempo ela escrevia e guardava os seus textos. Após de casar com um diretor de uma revista, Júlia passou a escrever alguns textos para publicação na mesma e mais tarde escreveu textos para o público infantil, sendo pioneira nesse estilo literário. Escreveu também peças para teatro, mais de dez romances e diversos outros textos (novelas, contos, etc).
Agora vamos lá, falar do livro "A intrusa", leitura mais que maravilhosa e que eu, logo de antemão, já indico.
A intrusa:
Peso: 400 g
Largura: 14 cm
Altura: 21 cm
Profundidade: 1,7 cm
ISBN: 9788566549331
Número de páginas: 232
Idioma: português
Acabamento: Brochura
Miolo: polinizado em papel Pólen Soft 80g
SINOPSE:
O século XIX caminhava para o fim, o Rio de Janeiro vivia o auge da cultura cosmopolita, a Belle Époque, marcada por profundas transformações culturais que se traduziam em novos modos de pensar e de viver o cotidiano. Em meio à aristocracia carioca, um rico advogado – viúvo, mas ainda jovem e atraente – era perseguido por mães casamenteiras que desejavam ter um genro abastado e influente. Porém, ele se esquivava resoluto, pois prometera à esposa, no leito de morte, manter sua viuvez. O casamento com a filha de um barão resultou em um fruto: uma garotinha mimada e sem modos, criada pelos avós maternos, cuja avó baronesa fazia-lhe todas as vontades. Infeliz pela má educação da menina, ludibriado por um escravo que usava as suas roupas, fumava os seus charutos, bebia fartamente da adega e ainda inflacionava as contas da casa, ele decide contratar uma governanta. Desconsiderando todas as críticas feitas pelos amigos e pela sogra ciumenta, ele pede ajuda ao padre Assunção, seu amigo de infância, e publica um anúncio num jornal à procura de uma governanta. Atendendo ao anúncio, aparece Alice Galba, que aceita a estranha condição: que o patrão jamais a visse. Quando ele entrava pelo portão, ela se escondia. Dela ele apenas sentia o perfume e sua boa influência no lar e na educação da filha. Suas roupas agora estavam impecáveis, a mesa sempre bem posta e arranjada com esmero, a comida saborosa, os móveis reformados, de forma que começou a desejar ardentemente voltar para sua (agora agradável) moradia. Vez ou outra encontrava um livro aberto, esquecido sobre uma poltrona e, com o passar dos meses, passou a notar a doce presença da alma da moça pelos cômodos do casarão. Alma cujo rosto ele já ansiava ver!
A obra de Júlia Lopes de Almeida retrata o papel da mulher na sociedade da época, onde o trabalho continua sendo sempre relacionado a afazeres domésticos, e o casamento acaba sendo o modo como a heroína consegue sua ascensão social.
Resenha
A obra de Júlia Lopes de Almeida retrata o papel da mulher na sociedade da época, onde o trabalho continua sendo sempre relacionado a afazeres domésticos, e o casamento acaba sendo o modo como a heroína consegue sua ascensão social.
A trama:
A intrusa é uma das principais obras de Júlia Lopes de Almeida e que retrata a sociedade da época em todas as suas camadas, desde a nobreza já decadente até o período pós escravatura. Alice Galba é uma jovem de vinte anos contratada meio a contragosto, como governanta pelo viúvo Argemiro, para que cuide da casa e da educação de sua filha, Maria.
Fiel à memória da mulher, Argemiro impõe uma estranha regra ao contratar a moça: que eles não se vejam nunca. Porém aos poucos, ele acaba se encantando pelo bom trabalho da governanta e pelos efeitos positivos que a mesma causa sobre a sua filha. Argemiro começa a ficar curioso sobre Alice Galba, e até mesmo interessado em conhecê-la, porém, a Baronesa, mãe da falecida ex-mulher de Argemiro, quer a todo custo evitar a aproximação dos dois, lembrando-o constantemente da promessa que ele fizera à sua filha, de que nunca se casaria novamente.
O livro é um belo retrato do Brasil no século XIX, onde as mulheres eram vistas apenas pelos seus bons atrativos como esposas e donas do lar. O trabalho exercido pelas mulheres era visto como algo decadente, pois apenas as que não conseguiram arranjar um bom casamento é que precisavam trabalhar. Tudo o que a mães das meninas jovens mais desejavam era que elas se casassem com um bom partido, mesmo que fosse um viúvo ou um homem bem mais velho. A intrusa é um clássico maravilhoso, um livro desses que são leitura obrigatória e que nos fazem sentir os gostos e os aromas da nossa história, onde podemos até mesmo entender os preconceitos e ideias que nasceram há muito tempo atrás, mas que ainda se arrastam até os dias de hoje.
Recomendadíssimo!
Abraços Literários
Amanda Bonatti
Ai, Amandinha, que resenha esclarecedora.
ResponderExcluirComo você, também sou apaixonada por romance de época. Com certeza, A Intrusa será um livro que farei questão de ler.
Beijão.