Amanda Bonatti
[Nasce um pai] Capítulo inteirinho do livo S.O.S Mamãe de primeira viagem
Oiiiee! Sim, é isso mesmo! Um capítulo inteirinho do livro S.O.S Mamãe de primeira viagem (Autora Amanda Bonatti), para você ler neste dia dos pais!! As ilustrações são da Cibelle Reis. Confira e não esqueça de comentar.
NASCE UM PAI
Não é somente a mulher que
transforma-se com a gravidez e com a chegada de um filho. O homem também muda, nasce
o pai dentro dele exatamente no dia em que o seu filho nasce.
Tive nove meses para sentir-me mãe,
senti o bebê chutar, tive os hormônios completamente bagunçados, senti os
enjoos, o sono e a fome exagerada, mas, e o pai?
Ele acompanhou tudo de perto, viu
meu corpo mudar, sentiu com suas mãos em minha barriga como o nosso filho
chutava forte, sofreu com as minhas mudanças de humor, ajudou-me a sanar os
meus desejos de grávida, esteve sempre perto.
Mas de repente o filho nasce, e aí?
É hora de colocar em prática as coisas que aprendeu no cursinho para pais
gestantes?
Vivemos em uma sociedade, em que na
maioria das vezes as pessoas acham estranho um pai interessar-se demais pelos
filhos e pelos cuidados com um bebê, as pessoas julgam ser responsabilidade da
mãe.
Acho isso tudo uma bobagem,
agradeci por meu esposo ser um ótimo papai desde os primeiros dias. Mas ele ficou
tão bobo, que pensou mesmo que nosso filho era de cristal. Parecia que queria
protegê-lo de todo e qualquer mal, ficou protetor em dose elevada.
Pensei que em qualquer momento me
diria:
- Olha, você passou os nove meses
com ele aí na sua barriga, agora vou ficar mais nove meses com ele no colo.
Foi preciso dar uns toques para que
parasse de ser tão neurótico, as visitas e todos da família perceberam como
sentia ciúmes do nosso filho. Ninguém mais podia falar alto ou em tom normal,
tinha que ser cochichando, até mesmo se nosso filho estava acordado, ele fazia
“shhhh” pra quem elevasse um pouco a voz. - Era engraçado.
No entanto, desde os primeiros dias
foi participativo, aventurou-se, assumiu responsabilidades, foi ao mercado, fez
as compras, colaborou nos serviços da casa e nos deu muito amor.
E isso tudo, fez-me muito bem. De
madrugada, a qualquer chorinho e mexidinha, ele já estava de pé na beirada do
berço, junto comigo, para ver o que havia acontecido, pegava no colo e ninava.
Ele só não queria que desse chupeta para nosso filho, pois era contra chupetas.
Mas um pai também sabe voltar atrás
em algumas decisões, e em um dia de desespero - nosso e do nosso filho - ele acabou cedendo e dando a chupeta para
tentar acalmar o choro que não parava com nada.
Depois que nosso filho acalmou ele
guardou a chupeta e disse que não voltaríamos a usá-la, só se fosse muito
necessário, só se fosse muito de vez em quando, só se fosse apenas para dormir,
e por fim, só enquanto ele não completasse dois anos de vida. - É, pais de
primeira viagem recorrem a truques e segredos que antes abominavam.
Mas posso dizer que meu marido é um
paizão, sempre atento e preocupado, carinhoso e presente, prestativo, daqueles
que coloca a mão na massa.
Um bom pai não é aquele que ajuda,
pois ajudar sugere que está fazendo um favor, dando uma mão, em algo que na
verdade não seria a sua obrigação. Um bom pai é aquele que percebe o que está
acontecendo a sua volta e gosta de participar, de estar junto.
Claro, que em algumas situações ele
se sentia deslocado, mas isso foi somente no início, pois logo aprendeu a
trocar fraldas e dar banho, aliás, ele quem deu o banho no primeiro mês, até
que eu pudesse começar a pegar um pouco de peso, ele fazia com muito carinho e
cuidado, nosso filho divertia-se no banho com o papai, com as suas caretas e
vozes engraçadas.
Enquanto estava no trabalho,
telefonava ou mandava mensagens para saber se estava tudo bem, se precisávamos
de alguma coisa e pedia-me para bater fotos de tudo o que nosso filho estivesse
fazendo, para depois enviar para ele.
Eu batia fotos, filmava e depois
enviava. Sabia que ele estava no trabalho, mas louco para chegar em casa e dar
mais um cheirinho em nosso príncipe.
Quando saíamos para passear, meu
esposo ia todo orgulhoso, segurando nosso filho e até empurrando o carrinho de
bebê, dando aquele simpático sorriso para outros pais que passavam por nós com
os seus bebês. Ele comprou a primeira bola de futebol para nosso filho quando
ainda não tinha nem dois meses de idade.
Apresentou o mar e aprendeu a
cantar algumas músicas de ninar, e mesmo que a maioria fosse apenas repetir o
refrão ou inventar partes da música, ele conseguia fazer nosso filho se acalmar
e adormecer.
Disse para meu esposo que ele
parecia um daqueles cangurus que carregam o filhote dentro de uma bolsa, pois queria
o nosso filho sempre agarradinho, perto dele.
O amor de um pai é coisa linda de
ver, acho lindo quando meu esposo faz o nosso filho dormir em cima da sua
barriga, bem juntinhos, quando o nosso filho se mexe em cima de sua barriga, digo
“olha amor, era assim que ele fazia quando estava dentro de mim”.
Nota: Uma Carta do papai:
“Incrível o encanto em sentir pela
primeira vez a emoção de ser pai. Recebi este presente com amor verdadeiro e
compartilho com a mamãe cada carinho, apertar, cheirar, brincar, ensinar a
comer, trocar fraldas, tudo o que traz a magia do amor dentro da nossa família.
Quero sempre ver você como uma vida
em construção, adjacente à verdade,
humildade e simplicidade. Sejas feliz junto de tudo que construir”.
Com amor, Papai.
UM FELIZ DIA DOS PAIS, COM AMOR
Amanda Bonatti
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