Editora Novo Conceito
Se você gosta de romances
que abordem temas e dramas comuns ao universo feminino, Emily Giffin e “Questões
do Coração” têm tudo para satisfazer aos mais exigentes leitores.
Diagramação: Vanda Costa
[Resenha Internacional] Questões do Coração - Emily Giffin
Olá, gente
querida!
Hoje trouxe
uma resenha internacional de uma autora da qual gosto muito: Emily Giffin. Já
li alguns títulos desta autora e, a cada título, mais aumenta minha admiração
por ela e por seus enredos. O livro que escolhi para comentar com vocês foi “Questões do Coração”.
Vamos
conhecer a história?
Questões
do Coração – Emily Giffin
Título: Questões do Coração
Autor: Emily Giffin
Ano/Páginas: 2011/440
Idioma: Português
Editora: Novo Conceito
Sinopse
Tessa Russo é mãe
de duas crianças e esposa de um renomado cirurgião pediatra. Apesar dos avisos
de sua mãe, Tessa recentemente abriu mão de sua carreira pra se focar na
família e na busca da felicidade doméstica. Ela parece destinada a viver uma
boa vida.
Valerie Anderson é
advogada e mãe solteira de Charlie que tem apenas 6 anos e nunca conheceu o
pai. Depois de muitas decepções, ela desistiu do amor - e até mesmo das
amizades - acreditando que é sempre mais seguro não ter muitas expectativas.
Embora as duas
mulheres vivam no mesmo subúrbio de Boston, elas tem muito pouco em comum além
do amor pelos filhos. Mas numa noite, um trágico acidente faz suas vidas se
encontrarem de um jeito inesperado.
Em
uma história alternativa e com vários pontos de vista, Emily Giffin nos
emociona com um livro luminoso em que boas pessoas são pegas em circunstâncias
insustentáveis. Cada um sendo testado de maneiras que nunca pensaram ser
possível. E cada um deles descobrindo o que realmente importa.
Um pouco sobre a autora
Autora de vários romances, Emily Giffin nasceu em 1972 na cidade de Baltimore, nos Estados Unidos. A escritora é formada na
Universidade de Wake Forest, onde cursou Inglês e História, além de ter sido a
editora-chefe do jornal da faculdade. Também cursou Direito na Universidade de
Virgínia.
Em 1997, Emily mudou-se
para a cidade de Manhattan, Nova Iorque, onde trabalhou no Departamento Litigioso
da Winston & Strawn. No ano de 2001, a
escritora passou a residir em Londres e começou a escrever em tempo integral.
Seu primeiro projeto foi um romance para jovens adultos chamado Lily
Holding True, que acabou rejeitado por oito editoras. Giffin, no entanto, não
desistiu e começou um novo livro, chamado de Rolando os dados, que acabaria se
tornando um sucesso. Desde então suas obras, que retratam a vida das mulheres e
o cotidiano moderno, se tornaram best sellers internacionais e algumas chegaram
a ser adaptadas para o cinema.
Os
principais livros de Emily Giffin publicados no Brasil são: O noivo da minha
melhor amiga, Laços inseparáveis, Uma prova de amor, Questões do Coração, Ame o
que é seu, Presentes da vida e Primeiro e único.
“Questões do Coração” gira em torno da vida dos personagens centrais
Valerie Anderson, seu filho de seis anos, Charlie, Tessa e Nick Russo. Apesar de todos residirem em Boston, as famílias
Russo e Anderson não se conheciam e nunca tiveram nenhum contato.
Tessa e Nick são casados, tem um
casal de filhos e, aparentemente, vivem um casamento perfeito. Nick é um conceituado
cirurgião plástico pediátrico, muito dedicado à profissão, sendo comum abrir
mão de momentos e eventos importantes com sua família para atender, prontamente,
as emergências que acontecem no grande e renomado hospital no qual trabalha.
Tessa, contrariando os conselhos
da mãe, abriu mão de sua carreira universitária e profissional para se dedicar à
família. É uma excelente mãe e esposa e se esmera para ter uma casa organizada,
funcional, enfim, um lar perfeito.
Valerie, já passou por momentos difíceis
em sua vida. Ainda muito jovem apostou num relacionamento amoroso que fracassou
e lhe trouxe mágoas, decepções e incertezas, mas, também, lhe deu Charlie, seu
filho. Charlie é um garotinho sensível e amoroso, sendo impossível a gente não
se encantar e se emocionar com ele. Valerie é uma mãe zelosa e superprotetora e
conta apenas com o apoio e a ajuda de Jason, seu irmão gêmeo, para cuidar de
Charlie. Com muito esforço conseguiu se formar advogada, tornando-se uma
advogada muito bem-sucedida.
O enredo de “Questões do Coração” vai tomando forma quando
Valerie, por insistência do seu irmão, permite que Charlie aceite o convite para
dormir na casa de um coleguinha da escola para participar de uma festa que lá aconteceria.
Durante a festa, numa prática comum na região, onde marshmallows são
colocados para assar na fogueira, por um descuido dos adultos e/ou fatalidade,
Charlie cai na fogueira, queimando gravemente o lado esquerdo do rosto e a mão direita.
O menino é conduzido ao pronto socorro pediátrico e o Dr. Nick Russo, pela sua
competência e pela gravidade do caso é designado para cuidar de Charlie.
Nick está comemorando com Tessa
seu aniversário de casamento quando recebe o chamado para atender essa
emergência. Valerie, é claro, acampa no hospital para acompanhar e ajudar seu
filho no duro e doloroso processo de tratamento e recuperação. Nick e Valerie
passam a ter um convívio diário e intenso, passando a compartilhar detalhes de
suas vidas. Charlie passa por momentos muito dolorosos durante o tratamento,
mas se mostra muito corajoso e forte, além de ver em Nick o pai com o qual ele
sempre sonhou. O destino, então, lança suas teias, e a mútua admiração entre Valerie
e Nick vai se transformando em atração e a atração em amor.
Coisa complicada, gente. É
angustiante acompanhar os dramas, dúvidas e incertezas pelos quais os
personagens passam. Eu, particularmente, não consegui enxergar nenhum culpado,
nenhum personagem totalmente bom ou mau, forte ou fraco.
Valerie foi a personagem mais
julgada e condenada pelos leitores. Andei lendo algumas resenhas e a opinião da
grande maioria das resenhistas e dos leitores foi cruel em relação à mesma. Aí,
me coloquei como se eu fosse irmã ou uma grande amiga de Valerie. Que conselhos eu daria a ela, conhecendo sua
integridade, seu caráter e todo o sofrimento, lutas e decepções pelas quais ela
já passou?
Normalmente, quando temos
conhecimento de um caso de adultério, condenamos sempre “a outra”, pois só vemos
“ela” na vida do outro, mas não vemos a vida dela. No decorrer da trama, a
autora dá subsídios suficientes para sabermos que Valerie não é uma pessoa
inconsequente, vulgar, que procurou ou se aproveitou da situação. Aconteceu e
ela sofreu durante todo o processo por ter consciência dos estragos que a
continuidade ou não de seu envolvimento com Nick poderá causar nas vidas das
pessoas ligadas a Nick, na sua própria vida e na vida de seu filho, portanto,
decidi que, se eu fosse irmã ou amiga de Valerie, apoiaria qualquer decisão que
ela tomasse.
“Ela apertou sua mão, como se quisesse esmagar a culpa e o choque de perceber que era capaz de fazer algo assim. De estar ali, daquele jeito, com um homem casado. De esperar ansiosamente que os dois, em breve, começassem a se tocar em todas as parte do corpo e de torcer para que, talvez um dia, ele pertencesse a ela. Era um sonho distante e egoísta, mas que parecia assustadoramente possível.”
“Ela se perguntava quem havia sido o idiota que um dia disse que era melhor ter amado e perdido que nunca ter amado. Nunca havia discordado tanto de algo.”
Quanto a Tessa, trata-se de uma
situação mais comum do que possamos imaginar. Uma mulher que por amor decide
abrir mão de sua vida acadêmica, profissional e pessoal em prol de sua família.
Dedica-se, em tempo integral e incondicionalmente à sua casa, mantendo tudo
perfeito e todos seguros, confortáveis e felizes, achando que esse será o
passaporte para um casamento estável, feliz e duradouro. Novamente a autora nos
faz refletir sobre a eficácia dessa decisão.
Durante a trama, percebemos que
Tessa se questiona sobre sua opção de vida, pois, percebe que independente de
todo o seu esforço, seu casamento está correndo risco. Aí eu me pergunto: não
será injusto colocar nos ombros do parceiro a obrigação de dar continuidade a
um casamento porque você decidiu se anular em prol dele? Se pararmos pra
pensar, cedo ou tarde, teremos que arcar com o êxito ou fracasso que essa nossa
decisão nos trará. Por mais que alguns discordem de mim, é impraticável alguém ser feliz sem buscar ou conquistar a tal felicidade. E, como é que alguém pode buscar a felicidade e a realização pessoal e profissional abrindo mão de seus sonhos e conquistas para dedicar-se, exclusivamente, ao bem estar e ao conforto de outros? Vamos deixar bem claro que não sou defensora e nem
simpatizante da infidelidade e/ou do adultério, mas acho que cada caso deve ser
analisado segundo as motivações e/ou circunstâncias em que elas ocorreram.
“Só sabia de uma coisa. Sabia que meu marido estava apaixonado por Valerie Anderson, a única mulher com quem fizera amizade a não ser eu. A mulher por quem saiu do trabalho no meio do dia para ir até a escola que eu queria que ele visitasse durante meses, conversando aos sussurros com ela no estacionamento. {...} A mulher que ele conheceu em nosso aniversário de casamento. Naquela noite estrelada quando tudo começou. Na noite em que viu o rosto dela e de seu filho pela primeira vez, a noite que, desde então, ele guardou e memorizou e, talvez, até viera a amar. “
A situação de Tessa também me
angustiou muito e fiquei na torcida para que ela conseguisse tomar uma decisão
serena e amadurecida, que causasse a si própria e a seus filhos o menor
sofrimento possível diante de uma situação na qual ninguém sai totalmente imune
de angústias, mágoas e sofrimentos.
“A ironia disso tudo, a ironia de pensar que havia sido salva por Nick, era como um golpe violento intensificado por um arrependimento profundo. O arrependimento de cada coisa de nossa vida juntos. Nosso primeiro encontro, o dia de nosso casamento, nossa mudança para Boston, nossa casa e tudo dentro dela, até a lata mais empoeirada de sopa de lentilha no fundo de nosso armário. Então, por um breve minuto, me arrependi de nossos filhos. Um pensamento que me encheu de culpa e dor intensas e de um ódio maior ainda pela pessoa que um dia amei mais que tudo no mundo.”
Já em relação ao Nick, achei que foi
ele quem teve a carga de autocondenação e decisão mais pesada, porque o tempo
todo ele sofria e se questionava sobre a licitude de seus atos e sobre qual
decisão tomar. O final surpreendeu? Foi politicamente correto? Foi justo com os
personagens envolvidos?
“— Talvez seja só físico? — ela sugeriu calmamente, fingindo não estar profundamente comovida com suas palavras.— Não — ele negou balançando a cabeça resoluto. — Não é físico, não é algo passageiro, não é nada disso. Eu te amo, Val. Essa é a verdade, e tenho medo de pensar que sempre será a verdade.”
Em minha opinião, para o desfecho
só caberiam três decisões possíveis (Nick com Valerie, Nick com Tessa e Nick
sozinho) e uma delas foi a escolhida pela autora. Não foi o final que eu
escreveria, embora concorde que o desfecho escolhido pela autora será o que mais agradará aos leitores. Não posso comentar mais, pois, com toda certeza
o revelaria. Foi válido e o mais suscetível de acontecer.
Bem, Emily Giffin, mais uma vez,
foi perfeita na criação e no desenvolvimento de personagens tão autênticos. É
praticamente impossível você não se identificar com um deles ou não conhecer
alguém com as características ou história de vida deles. Quanto ao enredo e ao
seu desenvolvimento, a autora também foi impecável, pois, sem imposições,
provoca reflexões e questionamentos no leitor.
“Questões do Coração” só veio
ratificar minha admiração pela autora, por sua escrita, por seus enredos tão
consistentes e tão possíveis de acontecer. Seus diálogos são fortes, diretos,
sem teor fantasioso ou ilusório, mas pertinentes aos reais e inevitáveis dramas
pelos quais alguns de nós, em alguma fase nossa vida, iremos ou poderemos passar.
A editora “Novo Conceito” mais
uma vez merece meus elogios por essa publicação. A revisão e a diagramação do
livro estão simplesmente maravilhosas. A capa é linda, de extremo bom gosto e
me remeteu a uma cena importante da história.
Leitores queridos, comentem se
vocês conhecem a autora e suas obras.
Já leram “Questões do Coração”? Gostaram do
livro e/ou da resenha? Estamos ansiosos por seus comentários.
Beijos e até a próxima.
Créditos
Resenha: Vanda Costa
Imagens: Tiradas da Internet
Dados bibliográficos: Obtidos na Internet
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