Desafios

[Resenha Internacional] Minha Querida Sputnik - Haruki Murakami

segunda-feira, fevereiro 29, 2016,26 Comments

Olá Clubenautas, eu já contei para vocês que me meti em um monte de desafios esse ano, né? 
Contudo, estou andando em passos de tartaruga, pois janeiro/fevereiro tenho tido várias situações inusitadas que me fizeram praticamente patinar sem sair do lugar. Tive aniversário do filho, família passando temporada em casa, visita da comadre e agora... Mudança... Vou contar um segredo, odeio mudar de endereço, mas a vida insiste em me fazer de cigana...

Mas saindo dos meus dramas pessoais e indo direto para os desafios, esse mês de fevereiro no desafio do skoob eu teria que ler um livro escrito por um autor/a oriental.  Confesso que não conhecia muitos, então fui caçar no meu amigo google uma recomendação.. E me deparei com a linda capa do livro "minha querida Sputnik" do autor Haruki Murakami, achei a premissa interessante e lá fui eu.

Acabei usando esse livro duplamente esse mês, pois também participei da Maratona Me Livrando ( #MeL ) que o tema era... “Saia da sua zona de conforto literária”, então resolvi ler de vez e matar dois coelhos com uma cajadada só. Agora, depois dessa introdução (gigante) eis a resenha...
Let's go!!!



Minha Querida Sputnik-

Haruki MurakamiISBN-13: 9788560281503
ISBN-10: 8560281509
Ano: 2008
Páginas: 232
Editora: Alfaguara
O livro conta a história de Sumire, uma jovem de 22 anos que se apaixona pela primeira vez. Uma paixão avassaladora que tem como alvo Miu, uma mulher casada e 17 anos mais velha. Mas, enquanto Miu é uma mulher glamourosa e bem-sucedida negociante de vinhos, Sumire é uma aspirante a escritora que se veste e se comporta como um personagem de Jack Kerouc mas que, em nome do desejo, é obrigada a dar outro rumo a sua trajetória.




Resenha

     O livro nos conta a História de Sumire pela visão de K, seu melhor amigo que nutre um amor platônico por ela. Sumire é uma jovem diferente ela nunca se apaixonou, anda totalmente desapegada de tudo o que geralmente as pessoas em sua idade estão interessadas, aparência, relacionamentos, festas e estudos, na verdade ela só quer saber de ler e tentar terminar seu próprio romance, ela vive como um personagem de Jack Kerouc (seu escritor preferido).
—Em vez de dizer em que sou boa, talvez seja mais fácil listar as coisas em que não sou. Não consigo cozinhar nem limpar a casa. O meu quarto é uma bagunça, e estou sempre perdendo as coisas. Adoro música, mas não consigo cantar uma nota sequer. Sou desajeitada e mal consigo dar um ponto com a agulha de costurar. O meu senso de direção é o fim, e confundo a direita com a esquerda quase o tempo todo. Quando me irrito, tendo a quebrar coisas. Pratos e lápis, despertadores. Depois, me arrependo, mas na hora não consigo me controlar. Não tenho dinheiro no banco. Retraio-me sem motivos, e quase não tenho amigos com quem conversar.
      Sumire perdeu sua mãe muito nova, seu pai que é bonito demais sempre acabou inconscientemente apagando um pouco o brilho de Sumire, ele casou de novo por ela, mas não foi capaz de ensinar a filha o significado do amor ou dos sentimentos, em uma passagem do livro, Sumire conta para K que ao perguntar como era sua mãe, o pai apenas responde algo como que "tinha letra muito bonita "para ela soou algo como distante e frio (e também para mim) uma pessoa que não sabe lhe dar com os sentimentos. Então, K começa traçar a personalidade de Sumire (me identifiquei muito com ela pelo jeito desligado e desmazelado). E contar como uma jovem mulher nunca antes apaixonada se descobre totalmente balançada e sem saber o que fazer quando se vê pela primeira vez tocada por uma forte paixão.

Devo estar apaixonada por essa mulher, Sumire percebeu com um susto. Não havia erro. O gelo é frio; as rosas são vermelhas; estou apaixonada. E este amor vai me levar a algum lugar. A corrente é poderosa demais; não tenho escolha. Pode muito bem ser um lugar especial, onde nunca estive antes. O perigo pode estar emboscado lá, algo que talvez acabe me ferindo profundamente, fatalmente. Posso acabar perdendo tudo. Mas não tem volta. Só me resta seguir a corrente. Mesmo que signifique ser consumida, desaparecer para sempre.
         Um belo dia Sumire está em um casamento de um primo entediada e acaba conhecendo Miu, uma mulher mais velha casada, interessante e charmosa, sem saber o que está acontecendo ela acaba se sentindo estranhamente atraída, alias nesse encontro entendemos o peculiar titulo do livro, que foi um apelido secreto a qual Sumire dá nessa ocasião para Miu. 

Na primavera de seu vigésimo segundo ano, Sumire apaixonou-se pela primeira vez. Um amor intenso, um verdadeiro tornado que varre planícies — aplanando tudo em seu caminho, lançando coisas para o ar, deixando-as em frangalhos, triturando-as.
Miu acaba por gostar tanto da jovem a sua frente que oferece um trabalho, a principio Sumire se sente reticente em aceitar e largar de mãos suas infindáveis tentativas de finalizar seu livro (vários, alguns inclusive ela destruí)  , mas acaba por impulso de ficar mais perto de sua amada aceitando o trabalho de “assistente” de Miu, ela se sente estranha, ela que nunca sentiu qualquer atração por um homem se vê ali, apaixonada e sem saber o que fazer.

Todos os dramas e conflitos do coração de Sumire são descritos por K, e também a sua própria frustração por depois de tanto tempo sonhando  com uma oportunidade ser “rejeitado” mesmo que sem que Sumire saiba de seu sentimento, ela que fala abertamente de sua atração não correspondida por Miu.

Era difícil aceitar que ela quase não tinha sentimentos, que talvez não tivesse nenhum, por mim como homem. Isso feria tanto que, às vezes, era como se alguém estivesse me arrancando as entranhas com uma faca. Mas ainda assim o tempo que passei com ela foi mais precioso do que qualquer outra coisa.
Um certo dia Sumire sai de viagem a uma ilha grega com Miu e K recebe um estranho telefonema que vai fazer com que o leitor imagine um milhão de possibilidades....



— Se pudéssemos ter um final feliz — disse Miu ao partir. Mas seus olhos contavam outra história. Ela sabia que as coisas não se resolviam tão facilmente...


Chega, né? Não vamos acabar com a graça da descoberta da leitura com spoillers...

Minha Opinião


Minha querida Sputinik é um daqueles livros que você abre para ler e que em alguns momentos de sua leitura parece que na verdade ele é quem está lendo os seus sentimentos, é impossível não se identificar e ficar torcendo pela jovem desajeitada Sumire, e até mesmo pelo tão apaixonado e leal amigo K.

         No finalzinho do livro você vai fazer uma viagem bem maluca. Acabei por gostar bastante da obra por ter me afeiçoado aos personagens e pela escrita fluída e repleta de reflexões, mas ao mesmo tempo tenho que confessar que também estranhei um pouco algumas partes do livro onde a escrita do autor pende um pouco para questões um tanto quanto filosóficas e no sense (sem sentido).

Ele mistura um pouco de fantasia, coisas malucas e psicodélicas e nos deixa com duvida sobre o real final da trama.
Se eu leria outro livro do autor? Com certeza, pois apesar de ter fugido totalmente do meu âmbito de leitura foi me completamente gratificante e enriquecedora a experiência, se você viu o filme a viagem de Chihiro, vai entender que viajar literalmente por caminhos inesperados faz parte da arte oriental.

Se você der uma chance para essa leitura vai ver que o diferente pode não ser tão assustador como imaginávamos, e que até pode ser um aprendizado muito maior do que o esperado.



Conhecendo um pouco o autor Haruki Murakami



Haruki Murakami nasceu em Kyoto, no Japão, em janeiro de 1949. Cresceu em Kobe e se graduou na Universidade Waseda, em Tóquio. Viveu por quatro anos nos Estados Unidos, onde deu aulas em Princeton, e regressou ao país natal em 1995. É considerado um dos autores mais importantes da atual literatura japonesa. Sua obra foi traduzida para mais de quarenta idiomas e recebeu importantes prêmios, como o Yomiuri — que já foi concedido a autores como Yukio Mishima, Kenzaburo Oe e Kobo Abe — e o Franz Kafka Prize. O escritor vive atualmente nas proximidades de Tóquio. Dele, a Alfaguara publicou o relato Do que eu falo quando eu falo de corrida e os romances Minha querida Sputnik, Norwegian Wood,Kafka à beira-mar e Após o anoitecer.



E por último e não menos importante, quem é leitor do blog sabe que quase sempre fazemos ou colocamos uma playlist com músicas que inspiraram o autor/a a escrever a obra, ou músicas que nós mesmas achamos que combinam com os personagens e com a obra, no caso essas são as que achei que eram perfeitas para o clima do livro e espero que gostem.


PLAYLIST




Beijos e comentem o que acharam.
Vocês já leram ou leriam essa obra?
Já leram algo oriental? Nos conte sua experiência nos comentários.
Até a próxima!

Giuliana

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Participe e boa sorte!


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26 comentários:

  1. Você leu um dos livros que está na minha lsita de 100 livros para ler antes de morrer.
    Eu sou uma doida por Minha querida Sputnik ♥ Acredito fielmente que o livr dá a sensação que está lendo nossos sentimentos. Parece ser lindo de verdade.

    Beijinhos, Helana ♥
    In The Sky, Blog / Facebook In The Sky

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    1. Oi Helana, o livro é maravilhoso, que máximo estar na sua lista dos 100 livros. Quando ler me diz o que achou.
      beijão.

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  2. Oiee ^^
    Esse ano decidi não participar de nenhum desafio, mas estou torcendo por você \0/ Ainda não conhecia esse livro, mas fiquei bastante curiosa para lê-lo, principalmente quando você disse que é como se o livro estivesse lendo a gente. Adoro quando a história é tocante desse jeito ♥

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    1. hahaha eu me meti em 3, mas to conseguindo dar conta mal de 2, mas vamos que vamos. O livro é bem tocante sim, mas tem umas partes sem sentido, ou com duplo sentido. Beijocas

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  3. Nossa, eu não conhecia o livro e pela capa eu imaginei que seria totalmente diferente, achei que fosse uma comédia romântica ou um juvenil, mas não é bem assim, gostei do enredo e fiquei interessada por essa história

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    1. Quando vi a capa eu amei, me assustou um pouco o título, mas nada tem a ver com a Sputnik Russa kkkkk.
      Beijocas e obrigada pelo comentário.

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  4. Impossível não achar interessante esse livro. Tudo bem que a premissa não é tão inovadora, mas ele é diferente e não sei bem dizer. Seja porque é oriental, ou pela forma que você apresentou a história. Gosto de livros que entendem os NOSSOS sentimentos e nos pegam assim. Acho que seria uma boa eu ler, já que nunca li nada oriental. :)

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    1. Anelise o livro é ao mesmo tempo bem normal e bem diferente de tudo que li até hoje, principalmente dos livros que costumo ler que são nacionais, ele é completamente diferente, acho que é a mistura de questões filosóficas e momentos super triviais.... Não sei explicar, só lendo kkkkk
      Beijos

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  5. Olá, não conhecia esse livro, sendo assim, não sabia bem sobre o que se tratava, mas depois da resenha, preciso muito ler essa obra.

    Super beijo

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    1. Oxi Raquel é muito boa, leia sim vais gostar!

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  6. Estamos todos lotados de desafios, problemas e andando a passinhos de lesma gorda!!! hahahaha... Participei desse mesmo desafio do Skoob e também saí da minha zona de conforto (foi meu primeiro autor oriental).. Confesso que a gente se foca tanto na Europa e EUA que perde muito não lendo os orientais, eles escrevem muito bem! Adorei essa história e se é parecida com Chihiro, deve ser linda!...
    Tomara que você continue cumprindo seus desafios literários!
    bj!

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    1. Ahhhhhh euuuu vi o livro que tu leu, me pareceu maravilhoso, sabe coloquei mais livros de autores orientais depois desse desafio na minha listagem de leituras. Beijocas Nu!

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  7. Eu normalmente não participo de desafios, me sinto pressionada, e no meu caso, isso atrapalha a minha leitura. Eu só conhecia esse livro de nome e esta é a primeira resenha que leio da obra. Confesso que não curti muito a premissa do livro. Não sei se leria no momento, mas quem sabe mais para frente. ;) Espero que dê tudo certo com o seu desafio, te desejo ótimas leituras.

    Beijos!

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    1. Oi Cheirosinha!!
      Então a premissa do livro me deixou tipo... Só isso... Mas dai li e me dividi se amei ou gostei muito do livro kkkkkk
      Desafios eu embarquei de besta sempre flopo, mas vamos que vamos.
      Obrigada pelo comentário.
      Beijos

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  8. Olá!

    Não conhecia este livro, mas sei que o Murakami escreve muito bem! De autores orientais eu li um escrito por uma sul-coreana, mas infelizmente não lembro do nome do livro, aliás, a obra era muito boa. Não é uma leitura que eu faria logo, mas com certeza anotarei em minha lista.

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    1. OI Ka, achei muito rica a leitura, fugiu completamente do que estou acostumada, quando lembrar me diga, adoro conhecer novos autores, Obrigada pelo comentário, beijos!!

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  9. Que legal. Para ser sincera, ainda não conhecia a obra e o que mais me agradou na resenha nem foi a resenha em si mas a parte de "minha opinião". Você dizer que parece que o livro lê a gente e não o contrário me fez ter curiosidade sobre ele.rs.

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    1. Oi Mari, o livro é carregado de ensinamento e conflitos emocionais, muito boa a leitura.
      Beijos

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  10. Olá... tudo bem??

    Nunca tinha ouvido falar dessa obra... mas apesar de não me sentir cativada pela leitura, achei bem peculiar e interessante... é bom sair da zona de conforto... e a leitura fluir bem... de que os sentimentos podem falar com a gente... gostei disso... Xero!!

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    1. Oi Diana, que bom que gostou, se um dia ler não esqueça de vir me contar o que achou. Obrigada pelo comentário, beijos!!

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  11. Olá!
    Não conhecia a obra, mas sua resenha foi tão leve que me senti tocada e tentada a sair da minha zona de conforto! Até porque um romance Lsbt ainda não passou pelas minhas mãos hahahah amei a capa

    Beijokas

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    1. Oi Kelly, poxa obrigada, fico muito feliz que tenha curtido a escrita da resenha, às vezes (sempre) bate maior insegurança se não to contando demais ou de menos.
      Obrigada pelo comentário, beijos!!

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  12. Olá... não conhecia o livro e nunca li algo de escritor oriental, mas achei super interessante e parabéns pela descoberta. Cumpriu muito bem o desafio proposto. Beijo

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  13. Oi Giu, sua linda, tudo bem?
    Não conhecia esse livro, confesso que a trama em si não me atraiu muito, mas a narrativa do autor parece ser ótima, já que consegue nos aproximar do drama dos personagens de forma tão intensa. Eu gostei muito do amigo dela e ao mesmo tempo fiquei com pena dele, por ser rejeitado. Para quem gosta do gênero, parece ser uma boa dica de leitura. Gostei muito da sua resenha.
    beijinhos.
    cila.
    http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/

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    1. Oi Cila, fiquei com dó do K também, ele é um ótimo amigo e nutria um verdadeiro fascínio pela Sumire, mas infelizmente não mandamos em nossos corações e ela foi se apaixonar logo por uma pessoa "meio indiferente aos seus sentimentos.
      Obrigada pelo comentário, beijos!!

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