Brilho do Sol
[Resenha Nacional] Brilho do Sol - Roseli Magro
Olá,
pessoal!
Hoje é
dia de comentarmos sobre o livro "Brilho do Sol",
romance escrito por Roseli Magro e publicado
pela nossa parceira, editora Xeque – Matte.
“Brilho
do Sol” conta a história de João, um menino-anjo
enviado por Deus para trazer consolo, esperança e fé aos habitantes de Brilho
do Sol, uma cidadezinha nordestina que, como tantas outras, é castigada impiedosa
e ininterruptamente pela seca.
Vamos
conferir a resenha?
Falar
sobre a seca e sobre a vida miserável e injusta dos habitantes dessas regiões não
é coisa simples nem fácil, pois qualquer narração sobre os habitantes do árido
sertão nordestino é inevitavelmente repleta de muita fome, perdas, dor, falta
de expectativas e desesperanças.
Em
"Brilho do Sol" a autora não conseguiu
fugir desse contexto, entretanto, ela inseriu ao cenário João e sua família que
dão beleza e emoção ao enredo. O livro é narrado na terceira pessoa do singular
e segue uma linearidade temporal, o que facilita o entendimento da trama. A história
tem início com o nascimento de João e, a partir desse acontecimento, o narrador
começa a apresentar aos leitores os personagens e os fatos ocorridos após seu
nascimento.
A
principio, Teovaldo e Ana
são a família de João. Com o decorrer do tempo nascem Gabriela,
Isabela e Maria Clara,
irmãs de João. A família de Ana e Teovaldo apesar de viverem na mesma situação
de miséria e fome das demais famílias locais, era rica em amor e fé. Todos
percebiam que aquela família era diferente, pois não viviam se lamentando nem
se maldizendo, pelo contrário, demonstravam felicidade e muita fé num amanhã
melhor.
Ana já
era uma pessoa iluminada, pois sentia prazer em tudo que fazia. Ajudava seu
marido confeccionando artesanato rústico, dando beleza a sua casa e todos aqueles
que adquiriam seus produtos sentiam os efeitos da felicidade que seus trabalhos
emanavam. Teovaldo também era um homem pacato, trabalhador e religioso.
Teovaldo e Ana amavam-se verdadeiramente e confiavam suas vidas a Deus.
“A vida dos três era baseada na felicidade. Tinham vida difícil como todos. Sofriam a dor da fome que corroia não só o corpo, mas também a alma, porém sabiam que tudo era passageiro, pois tinham fé, tinham esperança. Um dia, tudo seria diferente.”
As
dificuldades enfrentadas pela família de João não eram diferentes das
enfrentadas pelas demais famílias do vilarejo de Brilho do Sol que enfrentavam
muita necessidade e uma constante luta contra a fome. Os homens sem vislumbre
por dias melhores e sem energia e disposição para o trabalho, geralmente se entregavam à bebida. Já as mulheres,
esquálidas e desnutridas, lutavam por suas vidas e pelas vidas de seus filhos e
geralmente os perdiam para a fome.
Foi
neste cenário de extrema necessidade que a faminta, desnutrida e esperançosa
Ana pariu o desidratado, mas com um brilho especial no olhar, João. Por não terem como lutar pela vida de seu menino,
Ana e Teovaldo entregaram a Nossa Senhora, madrinha de Teovaldo, o
destino e a vida de João.
“João precisava vingar. Sua sorte era a sorte do sertanejo que precisava nele acreditar. Era preciso ter fé. Cada sertanejo em pé buscava em João a força que precisava para sonhar e sobreviver.”
Bem, queridos leitores, o que constatamos na história é que João e sua
família transformaram a vida das pessoas daquela região. Como já sabemos,
tristezas, alegrias, o bem e o mal existem em todo o lugar. Em brilho do Sol
não foi diferente. Pudemos testemunhar que a inveja, que fazia morada em alguns
corações, teve sua participação na história, injuriando e tentando prejudicar
àquela família que, apesar de passar por tantas dificuldades e penúrias, não
tinha carência de amor, fé, esperança e felicidade. No decorrer da leitura o
leitor vai tendo contato com os dramas e vidas dos demais personagens, bons e
ruins, que dão movimentação a trama e aguçam a curiosidade do leitor pelo
desfecho.
“Brilho do Sol” é um livro pequeno que
retrata a vida dos habitantes do fictício vilarejo nordestino, Brilho do Sol. Narra
as mudanças trazidas para o local com a chegada da família de João, um menino
que conviveu fisicamente com os habitantes até os oito anos de idade, quando, então,
voltou a se encontrar com seus amigos anjos.
Trata-se de uma ficção na qual a autora, Roseli Magro, descreve de
maneira simples e quase poética a sofrida vida das pessoas que nascem, se (sub)desenvolvem
e morrem no sertão nordestino do Brasil, uma região marcada pela própria
natureza pela constante escassez de chuva e pelo descaso das autoridades,
produzindo, assim, fome, miséria, analfabetismo, baixa expectativa de vida e a
pouca ou quase nenhuma capacidade desses brasileiros de sonharem com dias
melhores.
A principal mensagem da autora é a de atenuar a dor não só dessa gente,
mas a de todos os que passam por situações de extrema dificuldade, mostrando que
apesar de todas as dores do corpo e da alma, é necessário ter fé, esperança em
dias melhores, que com amor e felicidade a vida se torna mais suportável.
"Quem consegue, mesmo sofrendo tanta dor, ainda manter um pouco de amor dentro de si, será resgatado para Deus. Quem é consumido pela dor e não consegue enxergar mais nada, vai para o outro caminho, que não é o de Deus e se perde na obscuridade."
Para ambientar a obra ao local onde a trama acontece e para aproximar o
leitor dos personagens, a autora utilizou nos diálogos entre os personagens uma
linguagem um tanto diferente da que estamos acostumados a encontrar nos livros.
É quase um “dialeto” que, a princípio, estranhamos um pouco, mas no decorrer da
leitura vamos nos adequando e nos familiarizando. Vamos nos deparar, também, com
algumas cenas, digamos, inverossímeis, ou improváveis de acontecer, mas
acredito que tenha sido a maneira que a autora encontrou para ratificar junto
ao leitor o milagre que o amor e a fé operam nas pessoas de olhares e corações crédulos,
puros e justos.
Sobre a autora
Roseli Magro nasceu numa manhã junina em 1961, numa família numerosa, de irmãos de boa
índole, onde formou seu caráter. É professora de Língua Portuguesa e Literatura
há 25 anos. Mora em São Paulo desde que nasceu. É mãe de dois maravilhosos
filhos, Arley França e André Rodrigues (Empreendedor ímpar). Sempre gostou de
ler e sempre lia para sua querida sobrinha, Aline. É filha de Beatriz Gimenez
Magro, um anjo encantado, que não mais vive entre nós. Sempre gostou de
escrever. Os gêneros literários foram se diversificando para poemas, crônicas e
contos. Até que nasceu Brilho do Sol,
numa manhã de domingo, quando os anjos sopraram em seus ouvidos a história de
João.
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"Brilho do Sol" é um livro pequeno,
simples, mas tem um excelente trabalho editorial. A capa é muito bonita e
sugestiva. A revisão e diagramação são muito boas, com fonte e espaçamento
entre linhas excelentes para uma leitura rápida e confortável. Enfim, “Brilho
do Sol” é uma leitura que encanta e regozija nossos corações.
Oi Vandinha, que resenha linda!
ResponderExcluirFiquei com olhos marejados imaginando o quanto é tocante essa história, a capa é de uma sensibilidade que já chama atenção, com essa resenha coloquei entre os livros que quero ter o prazer de conhecer.
Beijos!
Giu
Obrigada pelo comentário elogioso, Giu.
ResponderExcluirRealmente "Brilho do Sol" é um regozijo para nossos corações tão necessitados de fé e esperança.
Esse livro é um amor ❤
ResponderExcluirFiquei muito feliz com a resenha, Vanda! Você entendeu exatamente a mensagem da obra, que não fica restrita somente ao povo do sertão, mas a qualquer dificuldade que enfrentamos, seja de qualquer ordem. Se tivermos amor como estrutura de vida, tudo fica mais fácil. Muito obrigada pelas belas palavras. Fiquei emocionada!!!
ResponderExcluirQue bom que você aprovou a resenha, Roseli.
ExcluirSucesso para sua obra ♥♥Brilho do Sol♥♥ e para todas as outros que, com certeza, virão.
Beijos.