Cadeados: o amor é a chave!

[Resenha nacional 2019] Cadeados: o amor é a chave! - Nuccia De Cicco

domingo, abril 21, 2019,6 Comments

Olá, pessoal!
Hoje tenho o prazer de trazer a resenha do livro “Cadeados: o amor é a chave!”, da autora Nuccia de Cicco. Confesso que mais uma vez tive dificuldades para resenhar um livro da Nuccia, porque eles são tão completos, tão autoexplicativos, tão perfeitos... que tenho medo de não ser justa nos comentários, mas, ao mesmo tempo, não consigo me calar quando termino de ler qualquer coisa que ela escreve, então, com atraso, aqui está a resenha.
Nu, espero ter sido justo com a sua obra.  

Cadeados: o amor é a chave! Nuccia De Cicco

Sinopse: “Para todo mundo, eu perdera apenas a audição. Para mim, perdera toda minha vida.”
Após encerrar sua jornada no exterior, Pamella retorna ao Brasil para prestar vestibular e seguir a carreira na área da saúde, ao invés de se tornar uma artista como todos na família. Seus planos e sonhos são bruscamente interrompidos por um acidente de carro. Meses depois, ainda se recuperando do coma, do luto e do abandono pelo namorado, novos sintomas surgem. E, então, da noite para o dia, ela se descobre surda.
Com a ajuda da irmã e amigos, Pam deverá interagir com o mundo através do tato e da visão, sem perder sua identidade. Precisará aprender a se adaptar à sua nova condição, a se conectar novamente com a sociedade, a se comunicar, a confiar, a amar e ser amada outra vez, a sobreviver à sua deficiência.
Após tanto tempo sentindo-se trancada dentro de um mundo silencioso e solitário por fortes cadeados, ela descobrirá que o amor é a única chave: o amor por alguém, por si mesma e pela vida.”


ISBN-13: 9788554906344
ISBN-10: 8554906349
Ano: 2018 / Páginas: 331
Idioma: português 
Editora: The Books

RESENHA

 “Cadeados: o amor é a chave!” narra a trajetória de Pamella, (Pam), uma jovem de 22 anos, com a rebeldia e as incertezas de sua idade e que tinha uma família estruturada e feliz. Avessa às regras e etiquetas sociais, Pam adorava ouvir música e comer. Enquanto decidia por qual profissão seguir, trabalhava o suficiente para juntar dinheiro para viajar pelo mundo como mochileira. Namorava com Gustavo (Bafo), um professor de academia que era extremamente ciumento e idolatrava a perfeição estética nas pessoas. Apesar de confessar-se apaixonada por Bafo, Pam achava-se reprimida pelo excesso de controle do namorado para que ela adquirisse/mantivesse um corpo esteticamente perfeito, por criticar seu vocabulário que era repleto de gírias e palavrões e por seus destemperos e surtos de ciúmes.
A família de Pam exercia profissões voltadas para as artes. Seu pai, Osvaldo, foi por muito tempo escritor e depois se tornou proprietário e editor de uma editora de médio porte. Sua mãe, Larissa, era pintora e mantinha um pequeno estúdio de pintura em sua casa. Sua tia Lívia, irmã de sua mãe, era sócia de seu pai na editora. Pamella tem uma irmã, Íris, quatro anos mais velha que é o oposto dela: centrada, objetiva, decidida e que sempre soube o que queria para sua vida. Desde muito cedo já havia decido ser musicista e, assim, mantinha-se na linha artística dos pais.  Cursava faculdade em outro município do Rio de Janeiro (Seropédica). Morava no alojamento universitário, namorava Lucas e sonhava fazer parte da Orquestra Sinfônica. Pamella morava com seus pais no Méier.
Larissa, mãe de Pamella, foi convidada para ser madrinha de casamento de uma amiga e toda a família foi ao evento. Íris, no carro com seu namorado. Pamella, no carro do namorado e seus pais no carro da família e, assim, deveria ser o retorno da família, mas o destino ou acaso (chamem como quiser), pregou uma de suas peças e Pam não voltou no carro do namorado, pois precisava estudar para o Vestibular e retornou no carro dos pais. A imprudência e irresponsabilidade de um passageiro de um ônibus de excursão provocaram um sério acidente que envolveu vários veículos, entre eles, o carro no qual viajavam Pamella e seus pais. Este acidente não só tirou a vida de seus pais como, também, provocou grandes transformações e adaptações nas vidas dos sobreviventes. Pamella ficou gravemente ferida e em coma por dois meses e, algum tempo depois, perdeu totalmente a audição.
Cadeado: o amor é a chave!” poderia ser chamado de ficção se toda a história não fosse entremeada por partes ou fragmentos da vida da autora e por informações que a autora obteve de pessoas que passaram ou passam pelas mesmas mazelas pelas quais a personagem principal, Pamella”, passou. Nuccia de Cicco optou por desenvolver e apresentar os personagens e suas vidas de uma forma que dinamizou e provocou nos leitores emoções e expectativas do início ao fim do livro. Em seu coma, enquanto lutava pela vida, de início, Pamella não entendia muito bem o que estava lhe acontecendo. Sentia que estava ferida, sentia dores e questionava-se sobre o que havia ocorrido. Aos poucos, os leitores vão “entrando” na família e na vida de Pam através dos flashbacks que ela, em seu coma passa a ter e, então, a própria Pamella passa a lembra-se do acidente e de fatos que antecederam o acidente. A cada flashback da personagem o leitor vai conhecendo a personalidade, os anseios, as angústias, alegrias não só da personagem, mas, também, dos membros de sua família, dos vizinhos, amigos, enfim, de todos que convivem e/ou conviveram com ela e, posso garantir-lhes que o entendimento e o envolvimento do leitor com todas as cenas e fatos são plenos, emocionantes e despertam interesse e curiosidade pelo transcorrer de toda a história.
A autora utiliza-se de escrita e linguagem fluídas, simples, mas, ao mesmo tempo, impactantes, divertidas, informativas, conectando totalmente os leitores com o passado, o presente e, principalmente, com o futuro da personagem. Um aspecto fortíssimo que me ganhou neste livro foi a capacidade descritiva da qual a autora usou e abusou. Eu não tenho conhecimento de que a Nuccia tenha sofrido algum acidente de carro, mas a sua narrativa em relação ao acidente é tão absurdamente real que, por vezes, tive a impressão de estar no local, na pele das pessoas envolvidas. As narrativas impactantes da autora não se limitaram apenas ao acidente. Elas estiveram presentes não só nas cenas do acidente, do hospital e em outros momentos, mas, principalmente, nas emoções, sentimentos, reações e, até, no gestual dos personagens. É impossível você não se emocionar e/ou se envolver nos dramas e nas situações narradas.
Não achei que o envolvimento romântico entre Pamella e Jonas seja o ponto chave da obra. Sinceramente falando, a mensagem que a Nuccia me deixou através do livro foi a de que em todas as fases de nossa vida nos sentimos ou deveríamos perceber que estamos acorrentados a regras, a crenças ou a sentimentos que impedem, atrapalham nosso crescimento e desenvolvimento pessoal e intelectual e que são verdadeiros empecilhos para que nos tornemos pessoas melhores, conectadas com as dificuldades e diferenças existentes em todas as formas de vida, e que o amor é a única chave para abrir o cadeado dessas correntes que impedem a nossa satisfação, a nossa realização e evolução.
Apesar de estar enquadrado no gênero Romance, “Cadeados: o amor é a chave!” não trata só do aspecto sentimental, dos encontros e desencontros, dos beijos e carícias, das brigas e conciliações de um casal e, neste caso, Jonas é uma pessoa muito especial, que não só se apaixonou pela conturbada Pamella já com problemas na audição, como foi atrás de opções que incentivaram e ajudaram a personagem a buscar, entre outras coisas, um trabalho mais adequado a sua nova condição, assim como Íris, sua irmã, que lhe deu elementos para que ela se sentisse segura e capaz de prosseguir com sua vida nessa sua nova condição. Isso, gente, é amor. É abrir os cadeados de uma vida limitada e dependente que impedem o prosseguimento da vida de uma pessoa inteligente, produtiva e cheia de sonhos.
 O livro, também, enriquece o leitor fornecendo elementos e informações que permitem um melhor conhecimento sobre os sentimentos, as dificuldades, as perspectivas, os preconceitos, os sonhos e as aspirações que cercam a vida das pessoas que perderam ou nasceram sem o sentido da audição (evito mencionar denominações ou terminologias porque erro sempre, não é, Nu?), além de deixar subentendido a necessidade da sociedade sair da comodidade, despir-se da indiferença e lutar para que o mundo seja adequado para todos, para que se invista em melhores condições para que as pessoas com alguma limitação ou necessidade especial tenham as mesmas condições de igualdade para exercerem desde as tarefas mais simples, ao trabalho, ao desenvolvimento intelectual e ao lazer.
A autora menciona que o livro é uma ficção, mas com algum conteúdo real. Bem, o que posso dizer que é um enredo tão bem conduzido, onde ficção e realidade se entremeiam de tal maneira, que é quase impossível a gente identificar onde termina a ficção e começa a realidade ou vice-versa. É uma história com narrativa forte, impactante, mas ao mesmo tempo traz a beleza, a luta e a leveza de um amor que tem início no meio do caos traumático e psicológico no qual a Pamella se encontra, mas que sobrevive graças ao empenho, a sinceridade e profundidade dos sentimentos e a determinação de Jonas. Enfim, se você quiser um livro bem escrito, com enredo bem conduzido, com linguagem direta, franca e coerente com os fatos e acontecimentos, com personagens críveis, muito próximos a nós ou a pessoas que conhecemos e que lhe provoque um mix de emoções, leia “Cadeados: o amor é a chave!”, da autora Nuccia de Cicco, pois além de cumprir muitíssimo bem o papel de entretenimento, ao término de sua leitura, você vai se sentir uma pessoa diferente, melhor, ou, pelo menos, refletindo sobre os sentimentos e as reflexões propostas pela autora, a fênix Nuccia De Cicco.
Bem, a parte mais difícil é falar sobre a autora, porque sou “suspeita” para falar sobre a Nuccia por dois motivos. Primeiro, porque os dois livros dela que li, “Pérolas da Minha Surdez” e “Cadeados: o amor é a chave!”, são extensões ou fragmentos dela e/ou de sua vida, que é surpreendentemente cheia de reviravoltas, lutas e superação (Nu, quando falo em superação não falo em incapacidade, mas, sim, em capacidade de se adaptar, de se reinventar, de renascer). O segundo motivo é que tenho o privilégio de acompanhar seus trabalhos e de conhecê-la pessoalmente. Sendo assim, posso garantir a vocês que não estou fazendo média ou rasgando sedas. Sinceramente falando, Nuccia De Cicco é a pessoa que conheço mais merecedora de ter vida eterna. Não por ela personificar a perfeição da beleza, da bondade, da inteligência, nem de ela ser a detentora de todas as virtudes. Não é por nada disso, até porque ela tem o “defeito” de ser humana como todos os mortais, mas, sim, por ela viver da forma mais produtiva, corajosa, ousada, intensa, alegre e plena que qualquer outro ser vivente que conheço. Deus deve estar muito, mas muitoooo satisfeito e orgulhoso com a Sua criação.

Contatos da autora:

 Visitem o site da autora. Nele vocês encontrarão todos os seus trabalhos, informações e links para comprar seus livros.

Fica a dica: Leiam e prestigiem os autores nacionais, pois além de eles nos deixarem em contato com os melhores temas e enredos, vocês se surpreenderão com a qualidade dos textos que cumprem, com excelência, o papel de divertir, questionar, impactar, enternecer e informar.

 Deixem seus comentários. Eles serão muito bem-vindos.
 Beijos e até a próxima.

Créditos:
Resenha: Vanda Costa
Diagramação: Vanda Costa
Fotos e Imagens: Tiradas da Internet

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6 comentários:

  1. Olá
    Esse livro é muito maravilhoso. Foi meu primeiro contato com a escrita da autora, mas já quero ler tudo dela. Ela é incrível. Adorei a história de Pam e como mostra que podemos superar qualquer coisa.

    Vidas em Preto e Branco

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    Respostas
    1. Lary, a Nuccia é uma excelente escritora e uma pessoa especial. Vale a pena acompanhar seus trabalhos.
      Obrigada pela visita e volte sempre.
      Abraços.

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  3. Bela postagem! Você pode compartilhar seu post no instagram e obter muitos likes neste site https://viplikes.pt

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