Editora Novo Conceito

[Resenha Internacional] "O céu está em todo lugar" - Jandy Nelson

quinta-feira, novembro 02, 2017,0 Comments

Olá pessoal! Tudo bem?
Hoje temos resenha internacional do livro “O céu está em todo lugar”, da autora Jandy Nelson, autora, também, de “Eu te darei o Sol”. “O céu está em todo lugar” conta toda a trajetória de Lennie Walker e sua tentativa de entender, aceitar e superar o luto pela morte abrupta de Bailey, sua irmã e melhor amiga.
“Como vou sobreviver a esta saudade? Como os outros fazem? As pessoas morrem o tempo todo. Todo dia. Toda hora. Há famílias no mundo olhando para camas em que ninguém mais dorme, para sapatos que não são mais usados. Famílias que não precisam mais comprar um tipo específico de cereal, de xampu. Há pessoas em todo lugar na fila de cinema, comprando cortinas, passeando com cachorros, enquanto, por dentro, com o coração despedaçado. Durante anos. A vida toda. Não acredito que o tempo cura. Não quero. Se curar, não significa que aceitei o mundo sem ela.”Bailey, sua irmã e melhor amiga.

O céu está em todo lugar – Jandy Nelson

Ano: 2011
Idioma: Português
Páginas: 424
Editora: Novo Conceito


Sinopse
Lennie Walker, obcecada por livros e música, tocava clarinete e vivia de forma segura e feliz, à sombra de sua brilhante irmã mais velha, Bailey. Mas quando Bailey morre de forma abrupta, Lennie é lançada ao centro de sua própria vida, e, apesar de não ter nenhum histórico com rapazes, ela se vê, subitamente, lutando para encontrar o equilíbrio entre dois: um deles a tira da tristeza, o outro a consola.

O romance é uma celebração do amor, também um retrato da perda. A luta de Lennie para encontrar sua própria melodia em meio ao ruído que a circunda é sempre honesta, porém hilária e, sobretudo, inesquecível.  



Resenha

As irmãs Lennie Walker (dezessete anos) e Bailey Walker (dezenove anos) são integrantes de uma família nada tradicional. Não conheceram o pai e pouco lembram da mãe, que abandonou as filhas ainda muito pequenas para se aventurar no mundo. Após a fuga da mãe as irmãs passaram a morar com a avó e o tio.
A avó, uma mulher que apesar de sua excentricidade, pois acreditava nos poder das flores e plantas, tinha bons sentimentos, amava as netas e vivia incentivando-as a acreditarem no retorno da mãe. O tio Big, um homem muito simpático, divertido, floricultor, viciado em maconha e que já passou por cinco casamentos, sabe de tudo um pouco, mas, sua especialidade são as plantas.
A irmã, Bailey, era exemplo e inspiração de Lennie. Era alegre, divertida, determinada, conselheira e melhor amiga de Lennie. Tinha grandes metas e sonhos para sua vida, entre eles, ser atriz. Como Lennie dizia, Bailey iluminava tudo e todos. Tinha luz própria e morreu de forma abrupta e inesperada, fazendo o que mais gostava: no palco, ensaiando a peça Romeu e Julieta.
Bem, a morte, por si só, sempre afeta e abala amigos e familiares e não foi diferente no falecimento de Bailey, que era irmã, cuidadora, conselheira, melhor amiga e menina dos olhos de Lennie. Cada um com sua dor e reação. Bailey tinha um namorado, Toby que, na busca de encontrar consolo para a perda de Bailey, se aproxima de Lennie. Emoções e sentimentos se associam, gerando expectativas e confusão em Toby e Lennie. Nesse intervalo, surge Joe Fontaine, um rapaz dono do sorriso mais lindo e espontâneo que Lennie conheceu e mais confusões de sentimentos acontecem.
“Joe está com um sorriso do tamanho do continente. Será que ele olha assim para todo mundo? Será que ele é maluco? Seja lá o que ele for, é contagioso. Antes que me dê conta, estou imitando seu sorriso do tamanho dos Estados Unidos, unindo-os ao Havaí e a Porto Rico.”
Gente, o que posso falar sobre o livro? Eu o considero uma das mais lindas histórias de dor e superação que já li. A autora foi extremamente feliz e criativa no desenvolvimento do enredo e na criação dos personagens. A dinâmica que Jandy Nelson utilizou para que Lennie expressasse toda sua dor e saudades da irmã foi original. A narrativa não é como na maioria dos enredos. Não é uma narrativa direta dos personagens com os leitores, mas, sim, são apresentados fatos, fotos, momentos, cenas e metáforas que dão entendimento, empatia e provocam emoções diversas nos leitores.
“Todo o conhecimento de Bailey não vale mais nada. Tudo o que ela aprendeu a vida toda e ouviu e viu. A sua forma específica de ver Hamlet ou as margaridas, ou a sua ideia sobre o amor, todos os seus complexos pensamentos escondidos e as consequentes reflexões secretas. - tudo isso se foi também. Um dia ouvi essa máxima 'toda vez que alguém morre, uma biblioteca se incendeia.' Estou vendo uma queimar diante de mim.”
A diagramação do livro é um capítulo a parte. A textura da capa é muito diferente ao toque dos dedos. O livro parece grande, mas é lido num piscar de olhos. Os bilhetes, poemas e sentimentos escritos que Lennie deixa por onde passa, estão inseridos em todo o livro deixando, no leitor, a sensação de estar em contato com toda a intimidade e emoções das irmãs. As folhas também têm uma textura diferente. São mais grossas e as letras são azuis. Todos estes detalhes provocam um “clima” diferente na leitura do livro.
Como já mencionei anteriormente, “O Céu está em todo lugar” pode não ter sido o melhor YA que já li na vida, mas é um dos melhores. Pode não ter superado “Eu te darei o Sol”, mas, sem sombra de dúvidas, é outra inspiração magnífica de Jandy Nelson que passou a ser uma das minhas autoras internacionais favoritas.
Para quem busca uma história de dor, conflitos, busca, aceitação, superação, amadurecimento, com toque de humor, com certeza vai se apaixonar por “O Céu está em todo lugar”.
 “Anos atrás, estava deitada no jardim da vovó e Big perguntou o que eu estava fazendo. Disse-lhe que olhava para o céu. Ele respondeu - Essa é uma concepção errada, Lennie, o céu está em todo lugar, começa aqui, aos nossos pés.”
Li, gostei e recomendo.

Beijos e até a próxima.



Créditos 
Resenha: Vanda Costa
Diagramação: Vanda Costa




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